Chamame




quarta-feira, 5 de julho de 2006

Blas Martínez Riera

Blas Martínez Riera A mãe de Blas Martínez Riera era Julia Riera, nascida em Mato Grosso do Sul, seu pai era Julio Martínez do país vizinho Paraguay. Blas nasceu na cidade de Posadas no dia 16 de setembro de 1936. Sob o céu desta cidade Misionera sua família o abrigava com espírito da música. Seu pai tocava vários instrumentos, entre eles harpa, violão, bandoneón; que orquestava em uma academia que era regente; foi no bairro Villa Sarita que don Blasito deu seus primeiros passos musicais.

Neste mesmo local, don Julio dava aulas de música, particularmente a seus três filhos homens: Gregorio, Ignacio y Blas. Todos os três saíram músicos, e dos bons, hábeis para varios instrumentos, finalmente o primeiro e o último optaram pelo bandoneón e o segundo pelo piano. Cada um dos filhos seguiu seu própio rumo. Ignacio - elogiado por Ariel Ramírez, compôs alguma e outra peça perdida nas lembranças e tornou-se professor. Gregorio, autor de numerosos temas, tocou em diversos conjuntos, inclusive chegou a tocar e gravar com seu irmão menor.

Blas Martínez Riera era um posadeño orgulhoso de sua região, ao qual dedicou várias obras, registradas em mais de 40 álbuns. Fervoroso defensor da cultura guaraní, se criou em um ambiente agreste cheio de misticismo e muita música. Seu pai lhe apresentou os princípios do bandoneón antes de que completasse dez anos. Seu irmão Ignacio foi pianista e por último Gregorio professor de Bandoneón. Aos sete ou oito anos teve pela primeira vez um bandoneón em suas mãos.

Participou em varios grupos, como o conjunto Ipu Pora e os Caballeros del Guarán, com os quais chegou a tocar no Brasil e Paraguay. Também juntou seu instrumento aos grupos Fiesta del Rancho e o de Polito Castillo. Porém, foi quando ingressou no conjunto de Ernesto Montiel que logrou desenvolver este estilo único para o chamamé, que continuaria como solista em 1968.

A formação de seu primeiro conjunto estava precedida por Ramón José Barrientos, los Hermanos Cavia de Misiones, Victor Paiva, Cacho Saucedo, Tito Escobar. Gravou quase quarenta discos, Compôs com Cocomarola e Montiel. E também junto a Osvaldo Sosa Cordero com o qual realizou duas obras. Foi um renovador dentro da música litorânea, sempre em busca de novas modalidades hieráquicas do folclore Taragui.

Radicado no sul de Buenos Aires, o músico misionero se dedicou a ensinar bandoneón. Como maestro deixou um leque de discípulos que seguem seus passos. Como músico fez escola na execução da música do litoral. Era supersticioso e vivia de acordo com as crenças populares. Uma parada cardíaca o surpreendeu aos 65 anos, sem seus amuletos e com a saudade da voltar ao pago, em um forte sapucay.

Blas Martínez Riera tem um busto na cidade de Posadas. Em torno deste lugar todos os anos centenas de pessoas se reunem no mês de fevereiro para recordar a figura do ilustre bandoneonista.


A lembrança de Chango Spasiuk para um grande do chamamé

"Blas Martínez Riera é o artísta mais talentoso da história da música de Misiones. Os misioneros, em especial os posadeños têm uma grande dívida com sua obra. É todo um símbolo de uma música excluída."

Blasito, assim era chamado por seus amigos, foi um dos grandes maestros do chamamé. Suas participações no Cuarteto Santa Ana, de Ernesto Montiel, são memoráveis. O som que desembarcou com seu bandoneón, é uma peça única do gênero.

"Contribuiu para que o Cuarteto Santa Ana de Montiel tivesse sua época de musicalidade mais forte. Blas era um 'viejo bravo' e profundo como Yupanqui. É o nervo da minha música e da minha busca. Sempre estará em meu coração", recordou Spasiuk.

0 Chamame:

Postar um comentário

<< Chamame