Chamame




quarta-feira, 24 de maio de 2006

Damasio Esquivel

Damasio EsquivelAo longo de 73 anos de carreira, o rosarino Damasio Esquivel compôs diversas obras vitais do chamamé, temas como "Alma guaraní", "Barrio Sajonia", "El gaucho Gramilla", "Mi cantar", "El Aguará Guazú", "Los colonos", "Un corazón" e "Amor y quebracho", que registrou em 40 discos "de pasta", 31 de vinil e 1 CD, "El patriarca" (de 1998).

O bandoneonista conhecido como "El Coloso del Chamamé" foi discípulo de músicos do litoral do estilo de Ernesto Montiel, Tránsito Cocomarola e Antonio Tarragó Ros (pai).

Com o passar do tempo e a medida que sua trajetória cobrava maiores vôos, Damasio Esquivel - já valorado por sua capacidade inata para escrever música - se converte também em um grande do chamamé, alcançando o mesmo reconhecimento de seus maestros.

No ano de 2000 teve sua trajetória reconhecida no Festival Nacional del Chamamé, na cidade entrerriana de Federal, um dos eventos chamameceros mais destacados de toda a Argentina.

Os últimos meses do artista transcorreram a espera de ser chamado para atuar, "já que a situação dos músicos não é tão boa", comenta o filho do artista, citando que as mais recentes apresentações de seu pai se realizaram durante o mês de setembro de 2003 na "Feria de Mataderos", Capital Federal.

Apesar de ter nascido na província de Santa Fé, mais precisamente na cidade de Rosário, Damasio Esquivel era considerado pelo grande público com um correntino. Em sua juventude, se radicou na Capital Federal, por formação musical se identificava com a província de Corrientes, onde era (e continua sendo) muito querido e respeitado.

Desde de pequeno começou a transitar por palcos e estúdios de gravação, e já jovem se "entranhou" por estes locais, convivendo os grandes do chamamé.

Em uma de suas últimas reportagens para a imprensa porteña, Esquivel relembrou: "Creio que tenho mais de 70 anos de trajetória; iniciei em 1931 das mãos de meu pai". E não era para menos, seu pai foi "primeiro" violão do grande músico paraguayo José Asunción Flores, e também tinha primas que cantavam em rádios porteñas. Foi neste ambiente que se criou o futuro bandeonista.

"Tocávamos polca porque era mais comercial, haviam acordeons com dois violões, como eu tinha estúdios adiantados, formei logo a seguir uma orquestra, porém continuei me aperfeiçoando com Gilardo Gilardi", relata.

"Talvez não tenha uma real dimensão da minha obra, porém acredito que vamos deixar algo", assinalou de forma premonitória. E na verdade foi assim, Damasio Esquivel deixou um legado para as novas gerações de músicos.... suas páginas já são parte do cancionero chamamecero.

Damasio Esquivel, um dos patriarcas da música chamamecera faleceu em um domingo, no dia 24 de abril de 2004, aos 85 anos por uma parada cardíaca, antes de permanecer 34 dias internado na clínica porteña Bazterrica.

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