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sexta-feira, 6 de abril de 2007

Entrevista com Luiz Marenco

Por Juliana Batista | Jornalista SC 02375-JP

Luiz Marenco "AMO O QUE FAÇO. AMANDO O QUE FAÇO CANTO COM O CORAÇÃO"

Nascido em Porto Alegre, no dia 22/12/1964, Luiz Marenco cantava nos bolichos do Rincão da Quitéria, distrito de São Jerônimo onde morou. Foi lá que aprendeu o valor das coisas simples que acabam sendo esquecidas no dia a dia da cidade. Marenco acredita que as músicas precisam ter uma mensagem. Nos seus trabalhos, participa de letra e música.

Juliana Batista – Como começou sua paixão pela música?

Luiz Marenco – Minha paixão começou quando ouvi as músicas de Jaime Caetano Braun, Noel Guarany, Sérgio Carvalho Pereira, Alfredo Zitarosa, Eron Vaz Mattos e João de Almeida que são meus ídolos até hoje! Foi com eles que aprendi muito sobre música. Por isso optei por cantar esse tipo de música, a música nativista. Comecei a cantar profissionalmente em 1989 na 2ª Vertente de Piratini, conquistando o prêmio de melhor intérprete do festival. De lá pra cá, já gravei muitas composições e tive a oportunidade de viajar no estado de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e vários estados do país e alguns países como Argentina e Paraguai.

Juliana Batista – Qual sua opinião sobre o "Tchê Music"?

Luiz Marenco – Tche Music é um tipo de música diferente do meu. Meu trabalho é ligado à raiz, a origem e a história da tradição gaúcha. O Tchê Music é um movimento que nasceu a algum tempo que pretende contagiar todo Brasil. Não sou a favor desse movimento, porque não se trata de música gaúcha. Não concordo, sou totalmente contra!

Juliana Batista – Você acha que com o tempo a música nativista pode perder o prestígio devido a novos estilos de músicas como o Tchê Music?

Luiz Marenco – Não. Se fosse assim Noel Guarany até hoje não seria lembrado e nem haveria discos dele e de Jaime Caetano Braun, por exemplo. Depois do falecimento, os artistas ainda são muito lembrados. A música nativista sempre vai ter seu espaço porque trata da cultura do povo. Essa é a música do povo. No momento em que existem músicas que não contam a história, ela fica no ar e não sobrevive por muito tempo. É como o pagode, a lambada, o funk e a música sertaneja que são estilos que o tempo vai apagando. A música nativista, que tem raiz e cultura, sofre dificuldades de ser mostrada sim, mas nunca morre!

Juliana Batista – Com 16 CDs, Luiz Marenco é sinônimo de sucesso. O que significa sucesso para você?

Luiz Marenco – Gravei 16 discos durante 17 anos de trabalho e entre estes discos têm músicas que ficaram muito conhecidas como Batendo Água e Meus Amores. Mas sinceramente nunca parei para pensar o que significa o sucesso. Eu gosto de ver as pessoas cantando comigo e pedindo para eu cantar. Minha alegria é isso. Nunca dei importância para o sucesso!

Juliana Batista – Quando você não está cantando o que gosta de fazer? Tem outra paixão além da música?

Luiz Marenco – Sinto muito a falta da minha filha que tem 1 ano e 2 meses pois viajo muito. Gosto de passear com minha família e sem dúvidas gosto de escutar música.

Juliana Batista – Você já pensou em parar de cantar?

Luiz Marenco – Já pensei sim. Porque às vezes nós artistas sentimos vontade de descansar. Mas essa é a vida que escolhi e a única coisa que sei fazer é cantar, por isso não posso parar tão cedo.

Juliana Batista – O que você acha da tradição gaúcha em Santa Catarina?

Luiz Marenco – Eu acho que estamos no Rio Grande do Sul. Não vejo diferença nenhuma. A tradição aqui em Santa Catarina é muito forte assim como no oeste catarinense. Faço muitos shows aqui no estado e me sinto muito bem à vontade nessa região. Sinto-me em casa porque as pessoas cantam junto comigo. O sul do país está se tornando uma única cultura.

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